Texto de Opinião - Democracia corporal: a desvalorização do orifício anal
Você já se questionou o motivo do seu ânus estar sempre tão recluso e escondido? Essa pergunta te deixa desconfortável? Se sim, para pelo menos uma das perguntas, acho que você deveria dar uma atenção especial a esse texto e começar a entender o porquê de ser tão importante dar voz ao seu cu, brioco, fiofó, boga, anelzinho, túnel mágico: enfim! Chame como quiser o seu misterioso objeto de ternura.
Introdução ao seu cuzinho
Este órgão, frequentemente ignorado nos discursos de saúde, cuidado e identidade, permanece envolto em um véu de constrangimento. No entanto, sua importância anatômica, simbólica e até mesmo afetiva, vai muito além das piadas de mau gosto e expressões agressivas que o envolvem. No Jornal Via de Regra, temos o compromisso de lançar luz sobre temas invisibilizados — e poucos são tão silenciados quanto o cu.
A exclusão do ânus do vocabulário cotidiano não é apenas uma questão de pudor, mas de construção social. Muitos evitam sequer pensar sobre o próprio corpo por medo do julgamento, da piada ou da própria ignorância. Isso revela muito sobre o modo como tratamos a intimidade e a autonomia (e como ainda carregamos preconceitos enraizados contra o que nos torna humanos).
Em nossa cultura, expressões como "vai tomar no cu" são usadas como ofensa. Mas por que uma referência ao prazer anal é tratada como punição? Por que algo que pode envolver confiança, entrega e afeto é reduzido a uma agressão verbal? A resposta está na necessidade urgente de repensarmos os sentidos que atribuímos ao corpo e ao prazer, afinal dar o cu pode ser uma experiência muito interessante (opinião do jornalista).
Proposta de intervenção social
Por isso, propomos um gesto simbólico, quase poético: um momento de reencontro com o próprio corpo. Tome um banho bem quentinho, lave seu anel com carinho e deixe secar naturalmente. Depois disso, vá para um local iluminado e, com o auxílio de um smartphone, tire uma bela foto do seu cu. Caso não tenha impressora em casa, sugerimos que vá até uma papelaria ou copiadora e imprima uma foto. Sim, sabemos que essa proposta causará estranhamento, até mesmo no funcionário que irá imprimir sua foto. Mas é exatamente no incômodo que brota a reflexão.
Para reforçar seu novo ato de autocuidado, emoldure sua foto e coloque-a na parede e deixe que seu cu exista com dignidade. Sugestão do jornalista: pendurar na parede da sala ou da cozinha.
Este não é um texto sobre obscenidade. É sobre humanidade.
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A parte da papelaria foi de fude kkkkkkkkkk
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